sábado, 23 de janeiro de 2010

Necessidade de manter o diálogo.


Outro dia no metrô (como sempre surgem muitas ideias e situações dentro de um vagão) sentei próximo a uma mulher aparentando uns 45 anos e um rapaz com aproximadamente 28 anos. Parecia bem claro que os dois não tinham intimidade, mas estavam voltando para suas casas de um lugar em comum e o engraçado foi ver uma conversa forçada, com longos espaços silenciosos e ideias soltas. Ver essas pessoas nessa situação de forçarem uma conversa para não ficar na situação chata que é o silêncio me fez lembrar que isso é mais comum do que parece. Quantas vezes no elevador entra uma pessoa e acontece aquele diálogo praxe.
“-Bom Dia.
-Bom Dia
(Silêncio desconfortável)
-Hum; e esse tempo hein?(tinha que ter alguém no elevador)
-Maluco, né? (e começa a incrível jornada até meu andar)
-Né?
-O trânsito hoje tá horrível. (esse elevador não chega nunca)
-É, essa cidade não anda mais(vamos elevador, você parou no tempo)
-Pois é, e o transito só piora com esse tempo(já está acabando minha criatividade)
-É, esse tempo maluco(De novo)
-Maluco, né? (Puta que pariu, essa bosta não chega nunca)
(Chega o elevador no andar solicitado)
-Bom chegou, até mais (Aleluia, salvo)
-Até (espero que nunca)
(E segue o elevador, este local de brilhantes conversas)’’

Essa necessidade de ao abrir um diálogo mantê-lo e fecha-lo é algo normal nas pessoas, que nos faz passar por situações desconfortáveis, e até engraçadas.
Se não quiser passar por estas situações em um elevador ou em outro lugar, ou não cumprimente ou tente levantar um assunto sobre física quântica ou história da literatura parnasiana.


2 comentários:

  1. O silêncio só é desconfortável para quem não quer se ouvir, caso contrário porque romper o silêncio para dialogar quando não se tem vontade? Um simples bom dia ou boa tarde acompanhado de um sorriso já é o suficente, a não ser que se queira intencionalmente iniciar um diálogo com alguém que está no mesmo recinto que nós em determinado momento, é claro que inicialmente terá que ser uma pergunta ou comentário sobre o tempo ou outro do senso comum e depois dependendo da resposta e da forma como como respondeu avança-se ou não no diálogo.
    Um abraço

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  2. O problema é a nossa mania de invidualidade

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